Lula não se ajuda em momento difícil

By | 09/03/2024 5:26 am

Com derrotas no Congresso e queda de popularidade, petista dá declarações desastradas e pouco apresenta em planos

(Opinião da Folha, em 08/03/2024)

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – Gabriela Biló/Folhapress

Mais importante, do ponto de vista do cotidiano, o salário médio crescia ao ritmo de 4% ao ano em janeiro, e o número de pessoas empregadas aumentava 2%. Os benefícios do Bolsa Família avançaram 75% desde o final do governo passado, se considerada tal despesa em relação ao PIB.

Apesar dos preços ainda altos dos alimentos, a inflação em geral diminuiu; baixam as taxas de juros. Mesmo minoritário, o governo conseguiu aprovar projetos importantes no Congresso em 2023. Ainda não há no horizonte liderança que agregue a oposição e desponte como candidatura possível em 2026.

A tentativa de obter dinheiro de impostos por meio de medida provisória do final de 2023 foi derrotada e depende de renegociações.

Lideranças parlamentares exigiram emendas, cargos e demissões no ministério, a ponto de Lula intervir para acalmar ânimos, enquanto o comando de comissões relevantes do Congresso foi ocupado pela oposição mais radical.

Pesquisas de opinião indicam que está em baixa a avaliação do presidente, queda notável desde meados de 2023, chegando aos menores níveis no terceiro mandato.

É neste cenário mais conturbado que o Planalto tentará aprovar projetos essenciais no Congresso.

É preciso regulamentar a reforma tributária e protegê-la da desfiguração dos lobbies. Em breve, o governo terá de revelar sua reforma do Imposto de Renda e fazer a revisão de gastos de 2024, o que pode ser motivo de conflito interno no Executivo e com o Congresso. A depender da decisão, há risco para as condições financeiras.

O segundo semestre quase inteiro será ocupado por eleições municipais; em 2025 haverá disputa do comando de Câmara e Senado, embate que já afeta os agrupamentos parlamentares.

Em vez de assistir a picuinhas de Lula com empresas públicas e privadas, o país espera esclarecimentos sobre o que se pretende com a vaga política industrial. Mais importante, quer saber dos planos da chamada transição tecnológica verde. O Executivo ainda não disse ao que veio em educação e saúde.

Se a política é como nuvem, cabe ao governo soprar as mais sombrias. Não há tempo a perder com a fábrica de crises gratuitas das declarações presidenciais e a inércia programática. Já se passou mais de um quarto do mandato.

editoriais@grupofolha.com.br

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Category: Nacionais

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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