Após mandado da PF, Cícero justifica telefonema de presidiário à filha Janine Lucena (confira comentário nosso)

By | 03/05/2024 1:07 pm

A Operação da Polícia Federal desencadeada nesta sexta-feira (3) investigar nomeação de pessoas ligada ao crime organizado na gestão municipal.

(Conversa Política, no Jornal da Paraíba, em 03/05/2024)

 

Cícero Lucena, prefeito de João Pessoa. Foto: Reprodução/TV Cabo Branco

O prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), se manifestou sobre a Operação Mandare, deflagrada na manhã desta sexta-feira (05) pela Polícia Federal. A sua filha, Janine Lucena, que é secretária executiva da Saúde, é uma dos alvos de busca e apreensão.

De acordo com Cícero, a ação contra ela teria se baseado num telefonema que ela recebeu de dentro do presídio.

“Pelo que eu soube, foi em função de ela ter recebido uma ligação do presídio para o telefone dela. Ela é uma mulher pública, que qualquer pessoa pode ligar. Se você ligar, ela lhe atende. Mais do que isso não existe nada”, disse o prefeito.

Ainda segundo o prefeito

A Polícia Federal cumpre esse papel, que considero importante. Temos mais de 27 mil servidores e desde o ano passado estamos pedindo, por exemplo, a certidão negativa dos servidores. Espero que a Polícia possa apurar e os responsáveis sejam responsabilizados”, frisou.

O gestor também defendeu que seja feita uma investigação apurada. “Espero que a Polícia possa apurar e os responsáveis sejam responsabilizados”, disse.

Operação Mandare

Polícia Federal realiza a Operação Mandare, uma ação articulada com a Polícia Militar do Estado da Paraíba. A ação tem por objetivo desarticular e aprofundar a coleta de elementos de prova acerca de um grupo criminoso que atua em João Pessoa e região metropolitana.

Estão sendo cumpridos mandados de busca nas secretarias de Saúde, Direitos Humanos e Cidadania e na Empresa de Limpeza Urbana de João Pessoa.

A investigação teve início após se observar a intensa movimentação financeira do grupo investigado, uma vez que se valeria de pessoas interpostas para operacionalizar valores referentes às atividades criminosas, especialmente o tráfico de drogas.

No decorrer da investigação, com o seu aprofundamento, foi observado que um preso do sistema penitenciário estadual, o qual tem posição de liderança em organização criminosa, articulou a obtenção de vantagens em órgão público, notadamente cargos, em contrapartida a apoio que dá a agentes públicos para adentrarem em comunidades controladas ou que sofrem forte influência do crime.

Estão sendo cumpridos 18 mandados judiciais, sendo 7 de prisão preventiva e 11 de busca e apreensão, além do bloqueio em contas bancárias.

Nota da prefeitura

Antes da manifestação de Cícero, a prefeitura já havia emitido uma nota, na qual informa que está à disposição da polícia para esclarecimentos.

“A prefeitura de João Pessoa vem a público esclarecer, em virtude de operação realizada pela Polícia Federal na manhã de hoje (03) nas Secretarias de Saúde, Direitos Humanos e Cidadania e na Autarquia de Limpeza Urbana de João Pessoa, que se coloca à disposição para cooperar integralmente com as investigações. O Poder Executivo Municipal reitera que condena veementemente qualquer tipo de ato ilícito e que determinou a instauração de procedimento administrativo para apurar a responsabilidade dos servidores citados na investigação.”

Comentário nosso

Um simples telefonema de um presidiário para um funcionário importante da prefeitura, pode não representar nada demais. Mas quando se trata de um preso que comanda uma quadrilha que pode estar utilizando cargos públicos para tirar vantagens, vale a pena que os fatos sejam realmente apurados. Nós vimos recentemente, funcionários de prefeituras e até vereadores, no Estado de São Paulo, serem acusados de manipulação de concorrências públicas para contratação de empresas pertencentes a grupos criminosos. E todo mundo sabe que o crime organizado está se insinuando em todas as atividades em que possam tirar vantagens, inclusive venda de segurança, cobrança de salvo-conduto para se entrar nos territórios que eles dominam, fornecimento de serviços para a população, além de tráfico de drogas, assassinatos, roubo de cargas e muitos outros mais. (LGLM)

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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