Ernesto Araújo diz que Itamaraty buscou insumos para a cloroquina no exterior a pedido do Ministério da Saúde

By | 18/05/2021 12:34 pm

(Marcela Mattos, Luiz Felipe Barbiérie e Beatriz Borges, G1,

O ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo afirmou nesta terça-feira (18), no depoimento à CPI da Covid, que o Itamaraty buscou ajuda no exterior para importação de insumos da cloroquina a pedido do Ministério da Saúde.

A CPI da Covid apura ações e omissões do governo federal no enfrentamento da pandemia da Covid e eventual desvio de verbas federais enviadas a estados e municípios. Uma das linhas de investigação da Comissão é justamente apurar atos do governo que incentivaram o uso da cloroquina. O remédio é cientificamente comprovado ineficaz contra a doença. A Associação Médica Brasileira (AMB) condena o uso do medicamento.

“Em função de um pedido do Ministério da Saúde foi que nós procuramos ajudar a viabilizar uma importação de insumos para farmacêuticas brasileiras produzirem hidroxicloroquina”, disse Enersto.

O ex-chanceler disse ainda que a importação “já estava contratada”, mas que a Índia “havia bloqueado as exportações”.

“Já estava contratado, mas a Índia, justamente como havia uma procura mundial, não se sabia se a cloroquina teria uma procura ainda maior, havia bloqueado exportações”, afirmou.

Questionado pelo relator, Renan Calheiros (MDB-AL), se houve participação do presidente Jair Bolsonaro, Ernesto respondeu: “Sim”.

Ernesto Araújo disse ainda que em março de 2020 “houve uma grande corrida aos insumos da hidroxicloroquina”.

“Naquele momento, em março, havia uma expectativa de que houvesse eficácia no uso da cloroquina para o tratamento da Covid, não só no Brasil. Havia notícias sobre isso de vários lugares do mundo. Houve uma grande corrida aos insumos da hidroxicloroquina e baixou precipitadamente o estoque de cloroquina fomos informados por isso pelo Ministério da Saúde no Brasil”, disse o ex-chanceler.

Este é o sétimo dia de depoimentos na CPI. Ernesto foi chamado à CPI na condição de testemunha, na qual o depoente se compromete a dizer a verdade, sob o risco de incorrer no crime de falso testemunho.

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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