A Secretaria de Saúde da Paraíba apura o caso e admitiu que medicamentos vencidos estavam entre os que foram utilizados no mutirão, que foi realizado por uma empresa contratada.
(Jornal da Paraíba, em 21/05/2025)

Ao todo, 29 pacientes apresentaram complicações, com sintomas de leve a graves, e foram internados após um mutirão de procedimentos oftalmológicos em um hospital de Campina Grande, no Agreste da Paraíba, na última quinta-feira (15). Veja abaixo uma lista de perguntas e respostas sobre o assunto.
Ao todo, nove pacientes apresentaram complicações graves, sendo que dois deles já receberam alta hospitalar. As informações foram confirmadas pelo secretário de saúde da Paraíba, Ari Reis, nesta quarta-feira (21).
Dos 29 pacientes com sintomas, dois foram internados no Help, hospital filantrópico em Campina Grande, e outros sete foram internados no Hospital Metropolitano de Santa Rita, na Grande João Pessoa. Os pacientes internados no Help já receberam alta médica, segundo a SES-PB.
Entenda o caso
Pacientes submetidos a procedimentos oftalmológicos durante um mutirão realizado no Hospital de Clínicas de Campina Grande, na última quinta-feira (15), têm relatado complicações graves, incluindo casos de infecção e até perda total da visão.
A Secretaria de Saúde da Paraíba apura o caso e admitiu que medicamentos vencidos estavam entre os que foram utilizados no mutirão, que foi realizado por uma empresa contratada.
O caso já é alvo de uma investigação do Ministério Público da Paraíba (MPPB). O Conselho Regional de Medicina (CRM-PB) também acompanha a situação.
O Jornal da Paraíba explica, abaixo, com o que se sabe, até o momento, sobre o mutirão de procedimentos oftalmológicos, consequências na saúde dos pacientes e a investigação por parte dos órgãos competentes.
Quando e onde o mutirão aconteceu
O mutirão de procedimentos oftalmológicos aconteceu no Hospital de Clínicas de Campina Grande, unidade de saúde estadual, localizado no bairro da Prata. Os procedimentos foram feitos na quinta-feira (15), e os relatos de pacientes com complicações foram veiculados na segunda-feira (19).
Comentário nosso – O caso é sério e aponta para uma falta de responsabilidade muito grande da Secretaria de Saúde do Estado. Como é que o Estado contrata uma empresa para fazer um mutirão oftalmológico e não faz uma mínima fiscalização sobre a forma como este mutirão foi executado? Devia haver alguém fiscalizando a realização do mutirão nos mínimos detalhes, inclusive sobre os profissionais e sobre o material e medicamentos usados. Todos os detalhes da realização do mutirão deveriam estar sendo acompanhados de uma fiscalização minunciosa. A própria Secretaria constatou, a posteriori, a existência no local de medicamentos vencidos. Os prejudicados devem acionar diretamente o Estado da Paraíba pelos prejuízos que estão sofrendo. A empresa contratada deve ser acionada pelo Estado, mas é deste a responsabilidade perante os pacientes que se submeteram a um mutirão do Estado, que se tornou responsável por todas as consequências dos problemas que surgirem em decorrência do mutirão. Esta não é a maneira correta de cuidar da saúde da população. E o pior de tudo é que isto vai desestimular as pessoas a se submeterem a tais mutirões, o que é péssimo para a população. O governo de João Azevedo vai ficar na história como o governo que “cegava o povo”. Literalmente. (LGLM)