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(Luiz Gonzaga Lima de Morais, jornalista e advogado, publicado no Notícias da Manhã, da Espinharas FM, em 20/05/2025)

O vereador Josmá Oliveira, o único da oposição em nossa cidade, razão pela qual tudo fazem para retirá-lo da Câmara, fez uma denúncia muito importante a semana passada, conforme registrado pelo Blog do Negreiros: “que a atual secretária de Controle Interno da Prefeitura de Patos, Mayra Mikaelle Dias Fernandes, foi denunciada pelo Ministério Público Federal (MPF) por supostas irregularidades em uma licitação para a contratação de empresa responsável pela reforma e manutenção da Alça Sudeste da cidade. À época, Mayra ocupava o cargo de presidente da Comissão Permanente de Licitação (CPL) e, segundo o MPF, teria atuado de forma ilícita para favorecer a empresa Engelplan Construções, de propriedade do empresário André Luiz de Sousa Cesarino”.

Mas não apenas o vereador estranhou o fato de a secretária ter sido mantida no cargo, quando a responsável pelos convênios da prefeitura, citada no mesmo processo, foi sumariamente demitida, mesmo sem o processo ter ainda chegado ao final.

A estranheza maior é pela responsabilidade que a secretária tem, como consta do próprio site da prefeitura: “A secretaria de Controle Interno é uma área pertencente à gestão pública municipal, que tem por função preservar a aplicação correta e sustentável dos recursos públicos. Também atua como órgão fiscalizador do orçamento das secretarias de governo, observando os atos administrativos e promovendo ações preventivas de combate à corrupção.”

Como é que uma servidora que está sendo acusada de um ato de corrupção pode continuar como titular de uma secretaria criada justamente para alertar sobre atos de corrupção. A não ser que o prefeito entenda que “quem disso usa disso cuida”.

Ou seja, o filtro de atos de corrupção está “furado”, se  a própria responsável por este filtro estava participando de atos administrativos suspeitos de terem  sido corrompidos. Seria um caso clássico de “raposa tomando conta do galinheiro!”

Se a secretária que devia evitar casos de corrupção, participou  de um ato que o Ministério Público Federal está acusando de suspeito de ter sido corrompido, o mínimo que se esperava do prefeito era afastá-la da função, que ora exerce, até que terminasse o processo, para fazê-la retomar ao cargo, no caso de uma possível absolvição. Se ela não viu as irregularidades, faltou-lhe competência, ou alguém tinha interesse em escondê-las.

Por que afinal o prefeito não a afastou até agora? O que se comenta a “boca pequena” é que a secretária seria uma espécie de “caixa preta” que conheceria outros atos suspeitos e que afastá-la poderia fazer surgir um verdadeiro “vespeiros” de maracutaias, que não interessa a ninguém fazer vir à tona.

Outros sérios problemas têm acontecido na administração municipal, como os milhões que foram “levados” do Tesouro, através da Secretaria da Receita, sem que os fatos tenham até agora sido devidamente esclarecidos. Quem foi responsável, quanto foi recuperado, quanto foi perdido, quem foi punido?

A este fato se juntam os processos judiciais que têm sido abertos para apurar a má aplicação de recursos provenientes de emendas parlamentares, cujas suspeitas aumentam pelo fato de as emendas terem sido alocadas pelo deputado federal Hugo Motta para a administração do município governador pelo seu próprio pai.

A manutenção da Secretária que devia denunciar os atos suspeitos aumenta ainda mais as suspeitas de que alguém tem interesse em esconder o que aconteceu.