O viajante Hugo Motta, de passagem pela ilha da fantasia, teve a coragem de publicar isto em rede social:
Uau! Falou até em urgência. Urgência “para milhões de brasileiros”. Falou isso em 2025. Urgência para os brasileiros roubados desde – pelo menos – 2016. E roubados – o papo aqui é reto – sob chancela do Parlamento, pelo menos desde 2019. O cronista, um cético, desconfiado mesmo diante da previsibilidade com que, assaltado já o trigo, maria-antonieta propõe brioches, foi ver para crer. Para crer em tamanha audácia. Duvidei de início.

Está lá, no X de Elon, desde sexta-feira, 16 de maio. O presidente da Câmara – informados os pares – comunicando à nação que pautará, com toda a pressa que a gravidade das fraudes longamente desimpedidas exige, “projetos de lei destinados a impedir fraudes no INSS”.
Inês mortinha, seca-seca – e o proativo Motta preocupado em impedir que, quando ressuscitar, ela morra sob o mesmo chupa-cabra.
O Parlamento – papo reto – é pai dessa criança também. O esquema não seria bilionário – não teria se esparramado tanto, com tanta segurança – sem estímulos desde o Legislativo. E o senhor Motta estava lá, no curso da legislatura passada, quando o Congresso trabalhou para adiar a eficácia dos mecanismos de revalidação dos descontos e afinal de todo fulminá-los. Com o PT e seus satélites à frente, membros de 11 partidos – inclusive do PL – operaram para que se pudesse conceder as deduções descontroladamente.
Sejamos ainda mais claros: o Poder Legislativo, detentor dos meios, tinha os recursos – estava diante de propostas concretas, entre 2019 e 2022 – para estabelecer verificação rigorosa sobre as concessões dos descontos e decidiu deixar a porteira arreganhada.