(Luiz Gonzaga Lima de Morais, jornalista e advogado, em 02/05/2025)
Os bolsonaristas inventaram todo tipo de manobras tentando aprovar o seu projeto de anistia. Eles alegavam que queriam apenas “livrar a cara” dos bestas que haviam depredado os prédios dos Três Poderes em Brasilia, com a intenção de provocar um golpe militar que repusesse Bolsonaro no poder. Mas o que queriam, na realidade, era “livrar a cara” de Bolsonaro e seus comparsas, que queriam dar um golpe para voltarem ao poder que tinham perdido, quando Lula ganhou a eleição de 2022. Na sua tentativa de aprovar este projeto os bolsonaristas “pintaram e bordaram”, tentaram paralisar o Congresso e fizeram chantagem com deputados e senadores.
Diziam que os bandidos de 23 de janeiro eram uns pobrezinhos que não haviam feito nada e que ou já tinham sido condenados e estavam presos ou estavam sendo processados e seriam, fatalmente, condenados e continuariam presos.
Como tanto os chefes como os seus comparsas, no caso dos chefes, estimulando os atos terroristas de 23 de janeiro, todos estavam atentando contra o Estado Democrático de Direito, a sua anistia é claramente inconstitucional. E, se a Lei dos bolsonaristas fosse aprovada, seria anulada pelo Supremo Tribunal Federal, o que provocaria um conflito entre o Poder Judiciário e o Poder Legislativo, fato que não é de maneira nenhuma interessante para o país.
Por conta disso, autoridades dos dois poderes, em várias reuniões realizadas nos últimos dias, passaram a estudar a apresentação de um projeto que minimizasse a pena dos que participaram de alguns atos criminosos menores, como simplesmente pixar uma estátua, e por outro lado punisse mais rigorosamente os que tentaram o golpe militar ou comandaram e participaram ativamente em atos terroristas no 23 de janeiro.
Diante disso, os bolsonaristras, mostrando que nunca estiveram interessados em ajudar os pobrezinhos, mas sim os chefes das bandalheiras, continuam se manifestando contra a ideia desse novo projeto. Com isso fica patente que, desde o início, a sua intenção sempre foi beneficiar os chefes, idealizadores e organizadores do golpe militar, e os comandantes da bandalheira de 23 de janeiro. Em consequência, ficaram desmascarados os bolsonaristas que só querem ajudar Bolsonaro, impedindo que seja preso pelos crimes que cometeu.
Mas tem muita gente, que não é bolsonarista, que assinou e defende o projeto dos bolsonaristas e agora batalham contra o novo projeto, deixando patente que estão interessados também em beneficar a eles próprios. Como a maioria dos parlamentares têm o “rabo preso” por outros crimes e agora, muito mais, depois que a Polícia Federal está investigando as maracutaias que eles fazem com as emendas parlamentares, vão aparecer todo tipo de leis que possam blindar os parlamentares contra os processos que serão abertos contra eles.
O que fica patente é que a maioria dos nossos parlamentares são bandidos que vivem cometendo crimes de toda natureza e só aprovam leis que possam deixar os seus crimes impunes ou com a menor punição possível. Uma grande prova é a lei da ficha limpa que eles querem modificar para diminuir ao máximo as penas por crimes eleitorais ou desvio de recursos públicos, como acontece nas maracutaias das emendas parlamentares. “Se gritar pega ladrão, não fica um, meu irmão”!
Temos que ficar de olho em todo bandido que quer aprovar leis favoráveis à anistia, mudanças na lei da ficha limpa ou qualquer lei que vise blindar os políticos com mandato ou sem mandato, por este país afora. E temos que anotar os nomes desses bandidos para jamais voltarmos a votar neles. Pois votando num bandido desses, só estamos fazendo, mais uma vez, o papel de bestas.